terça-feira, 27 de abril de 2010

Bolo de Cenoura “Très Chic”, por Daniela Hidaka


Neste início de tarde, fui surpreendida no messenger por uma amiga muito especial, dizendo que tinha aproveitado o horário do almoço para fazer um bolo de cenoura que, segundo ela, era bem simples.

O fato é que não existe culinária simples, se a imaginação nos faz transcender padrões.  E foi isso que Dani Hidaka fez. A partir de uma receita básica de bolo de cenoura, ela ousou na criatividade e cobriu o simples bolo com um ovo de páscoa da Kopenhagen.

Percebe aí, quando o bolo deixou de ser apenas mais um bolo de café da tarde?

Resultado de tal aventura? Um bolo fofinho, contrastando com uma cobertura intensa, de textura um pouco mais firme e sabor inigualável. Anotem e receita e deliciem-se:

Bolo de Cenoura da Dani
Quatro ovos
Duas xícaras de farinha de trigo
Uma xícara de óleo
Duas xícaras de açúcar
Três cenouras
Uma colher de sopa de fermento em pó

Palavras de nossa mestre-cuca do dia:
Bati tudo no liquidificador e joguei nas forminhas untadas, só com manteiga. Ficou 40 minutos assando em fogo médio. A receita original pede cinco cenouras, mas eu só tinha três, então fiz meio proporcional.

Cobertura:
Palavras da mestre-cuca sobre a calda:
A cobertura original é à base de chocolate em pó e leite. Mas o leite acabou e sobrou chocolate da Páscoa. Então foi com o ovo de chocolate mesmo. Derreti o chocolate com um pouco de margarina e duas colheres de açúcar. Ficou comível.

P.s.: Não ficou comível! Ficou incrível! E dormirei com a promessa de saborear um pedaço da invenção gastronômica de Dani Hidaka amanhã, na companhia de nossa mestre-cuca e de outra amiga igualmente fantástica.

Bom Appétit!!!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Sobremesas modernas

O título já diz tudo. Saiko Yoneda, chef da confeitaria D.O.M e Dalva & Dito, ministrará uma aula especial de sobremesas modernas em versões caseiras, que podem ser servidas individualmente ou em formato único, com truques de patisserie nas finalizações.

Saiko é apaixonada por frutas brasileiras e traz aos seus preparos equilíbrio de texturas, de açúcar, delicadeza, estética e muita técnica.

A aula, com três horas de duração, ensinará:

• Sagu de manga e leite de coco com calda de laranja e laranja confitada;
• Sorvete de creme, aromatizado com licor de menta e mousse de chocolate amargo, com cristais de menta;
• Manjar branco com calda de cajá e fios de caramelo;
• Bavaroise de baunilha com gelatina de vinho branco, para efeito “crash”, decoradas com pitaia, maracujá, kiwi ou frutas da estação.

Dia 22 de abril, das 19h às 22h.
Reservas e Inscrições www.wkcozinha.com.br

Pretendo realmente ir!

terça-feira, 13 de abril de 2010

Reciclando o semi-pronto

Domingão preguiçoso e friozinho... Dia clássico para um almoço mais intimista e familiar, se não fosse a vontade de não fazer nada. Motivada pela preguiça-nossa-de-cada-dia, e com dois expectadores atentos e famintos (Leandro e Tequila), decidi visitar um açougue em busca de algo semi-pronto para facilitar a empreitada.

Não pude resistir a tentação de entrar em uma casa de carnes retrô, com cara de "estabelecimento dos tempos da vovó", na qual - caprichosamente - estavam dispostos todos os mais variados tipos e cortes de carnes. Decidi, ali, levar um quilo de um caprichoso bife à role, que ficaria perfeito se acompanhado por arroz branco com ervas e saladinha de folhas verdes.

Feita a escolha, quis dar um toque pessoal para a carne... algo que não a deixasse tão "semi-pronta", tão óbvia. O molho foi crucial e tornou o cardápio trivial em um almoço de arrancar suspiros e elogios. Anote e inspire-se:

Molho:

Cebola ralada
Alho triturado
Azeite extravirgem
Sal à vontade
Meia xícara de vinho tinto seco
Uma lata de molho de tomate
Um tomate picado
Um pacote de caldo de carne em pó
Cebolinha cortada em rodelas fininhas para finalizar

Preparo:

Refogue no azeite a cebola e o alho (a gosto). Adicione os bifes em disposição circular. Doure-os dos dois lados. Acrescente o tomate picado e deixe-o murchar. Adicione o vinho e o sal. Vá virando os bifes até que o vinho esteja reduzido. Despeje o molho de tomate, acrescente o caldo de carne em pó e adicione metade de uma lata medida de água. Tampe a panela de pressão e deixe cozinhar por 15 a 20 minutos.

Retire da panela, cubra os bifes com o molho do cozimento e finalize com a cebolinha fatiada.

Simples assim!

Dica extra: Faça um pão caseiro ou compre uma ciabata. Mergulhar o pão no molho encorpado pelo vinho, pelo tomate e pela carne é, no mínimo, reconfortante.

Bon Appétit!!!

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Marmita fashion

Na vibe de comer bem, por uma vida mais saudável e sustentável (por quê não?!), recomendo às adeptas - como eu - de marmitas, as bolsinhas chiquérrimas da Built. Todas em neoprene, material térmico e resistente à agua, possuem estampas exclusivíssimas, modernas e que valorizam qualquer refeição. E, de quebra, você ainda faz bonito! Confiram os modelos:

http://www.builtny.com.br/categoria.php?id=1

É claro que vou atrás de uma. Impossível resistir!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Em êxtase


O almoço me possibilitou uma sensação única de contemplamento e felicidade. Ao passar pela Revistaria da Amauri – que por si só já é uma experiência áudio visual e tanto – não resisti e comprei dois livros de Jamie Oliver: Jamie em Casa e Revolução na Cozinha.

O chef inglês tem um jeito leve de conduzir suas receitas e inspirar. Tudo em suas mãos parece descomplicado e acessível. E o livro é uma delícia, literalmente. Lindíssimo, com capa dura, texto solto e receitas de encher os olhos e a boca – d’água. Pretendo, num futuro breve, postar minhas percepções e experiências obtidas por meio destas aquisições.

E convido a todos para acompanharem e se deliciarem comigo.
Beijos e até breve!

terça-feira, 6 de abril de 2010

Tentações de inverno

Aproveitando que a temperatura caiu, nada mais sugestivo que uma bela carne assada, guarnecida com um molho encorpado na medida certa, harmonizado com um bom vinho tinto seco e robusto.


Só isso seria suficiente para fazer os amantes desta iguaria salivarem. Mas a proposta vai além. A idéia aqui é provocar sensações e fazê-lo apreciar a carne, beber o vinho, e completar a refeição com uma boa fatia de pão, que arrematará o molho final, acumulado ali, no fundo do prato. Depois, satisfeito, um bom café servirá de trunfo digestivo.

A receita em questão foi testada no Dia dos Pais do ano passado, porém com uma adaptação: ao invés do molho de tomates, fiz um molho madeira, que também ficou – digamos – bastante sugestivo. Confiram o passo-a-passo:

Maminha recheada com provolone

Uma peça de maminha totalmente limpa;
Uma peça de provolone de 200g;
100g de manteiga;
Orégano;
Sal e pimenta do reino.

Molho:
Três latas de tomate pelado, batidas no liquidificador (não peneirada);
Seis tomates frescos maduros, sem casca, picados em cubos;
Um dente de alho picado;
Dois gramas de orégano;
Uma colher (sopa) de azeite de oliva extravirgem;
Uma colher (sopa) de manteiga;
100 ml de caldo de carne;
100 ml de vinho tinto;
Açúcar;
Sal e pimenta do reino.

Modo de preparo do molho:
Leve uma panela funda com o azeite e a manteiga ao fogo médio. Após dourar o alho, nesta panela, acrescente o tomate em cubos, e aguarde alguns segundos. Acrescente, então, o orégano, refogue rapidamente e inclua o tomate pelado, o caldo de carne e a taça de vinho. Tempere com sal e pimenta. Corrija a acidez com um pouco de açúcar, caso necessário.

Modo de preparo da carne:
Utilizando a manteiga em temperatura ambiente, o orégano, o sal e a pimenta, forme uma pasta misturando-os bem. Faça um corte centralizado na peça de carne, pela parte traseira, sem deixar abrir as laterais da carne. Neste vão passe a pasta uniformemente. Insira a peça de provolone, com muito cuidado para não rasgar a carne. Costure a carne com barbante e ajuda de uma agulha. Envolva-a em papel alumínio e perfure-o para que o molho possa penetrar. Deixe cozinhando em fogo baixo por duas horas em panela fechada ou 40 minutos em panela de pressão.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Macarrão preguiçoso

A receita a seguir é uma homenagem a uma amiga – fiel leitora do blog – e minha companheira de todos os dias no trânsito insano que permeia nosso duro trajeto, de São Bernardo à Rua Augusta.


Desde que lancei o blog, ela me pede receitas fáceis e rápidas, sob medida para quem não tem tempo para nada, muito menos para a cozinha.

Se você se encaixa no perfil: muita fome, muita pressa e pouco tempo, anote a receita e boa refeição!

Macarrão de Panela de Pressão

Meia cebola;
Alho a gosto;
Um pacote de macarrão parafuso ou penne;
Uma lata de molho de tomate de sua preferência;
Uma lata de creme de leite;
Um caldo de frango ou caldo de carne;
Meio quilo de filé de frango em cubos ou meio quilo de carne moída;

Preparo:
Refogue a cebola e o alho em manteiga, azeite ou óleo de girassol (de acordo com a sua preferência). Acrescente a carne escolhida (frango, carne ou mesmo uma lata de atum) e dê uma leve dourada. Adicione o caldo de carne, acrescentando a lata de molho. Quando o molho começar a ferver, despeje o pacote de macarrão e misture bem. Complete com água, de forma que o macarrão fique submerso em, pelo menos, 2 cm de molho. Quando a panela pegar pressão – a partir do primeiro assovio (cerca de 4 a 5 minutos) – desligue o fogo, retire a pressão do vapor e acrescente o creme de leite.

Quer dar um “up” e deixar mais glamuroso?! Transfira para um refratário de vidro, rale queijo mussarela por cima e leve ao forno por 10 minutos, em fogo alto, para gratinar.



Prático e saboroso!

Bon Appétit!!!

Os três movimentos da cozinha

O texto abaixo foi retirado do blog Comidinhas (http://colunistas.ig.com.br/comidinhas/), da jornalista e colega Alessandra Blanco, com quem trabalhei por cerca de quatro anos no iG (portal do qual é uma das diretoras) e que é uma inspiração enquanto jornalista e chef de cozinha. Vale a leitura!

Por Alessandra Blanco

Gastronomia estar na moda já não é nenhuma novidade. Dos chatos entendedores de vinho à nova onda de receber em casa com jantares requintados. Desde os anos 90, comida ganhou status semelhante ao da moda, e os chefs tornaram-se verdadeiros pop stars.


A novidade agora é que gastronomia é também um movimento, ou três, com posicionamentos bastante diferentes. E, de alguma maneira, você já faz parte de um deles.

O primeiro, e mais divulgado, é o da comfort food ou pop food, aqui vistos de maneira mais ampla do que o purê de batatas da vovó. Nigella Lawson, Martha Stewart, Jamie Oliver e até Alex Kapranos, o vocalista do Franz Ferdinand que está lançando seu primeiro livro de gastronomia, são seus maiores representantes.

Eles levam para as nossas casas informações e dicas de comidas que parecem sensacionais e nada triviais, mas que, no fundo, são bem simples. E podem fazer de qualquer pessoa, mesmo que nunca tenha entrado na cozinha, um astro do fogão. Basta desligar a TV, comprar bons ingredientes e colocar, às vezes literalmente, a mão na massa.

Esse é o grande segredo de Jamie e Nigella: eles são bonitos, famosos, passam uma imagem cool, de pessoas normais que são até bem atrapalhadas na cozinha, mas que fazem muito sucesso com os amigos e parentes com seus quitutes divinos.

Alex Kapranos, então, nem se fala. É o líder de uma das bandas mais legais dos anos 00. E mantém uma coluna em um dos melhores jornais do planeta, o inglês The Guardian, para contar dos pratos que experimenta em restaurantes pelo mundo todo, onde está fazendo shows. De tão divertidas, as colunas vão virar livro.

O segundo _e mais glamuroso_ movimento é o da cozinha científica. Ferrán Adriá, o mais célebre chef do mundo, foi o precursor no seu restaurante El Bulli, na Espanha (a foto que acompanha esse post é da caipirinha-nitro com concentrado de estragão, feita por ele). Mas Homaru Cantu está superando seus limites, no Moto, de Chicago.

Chamada de “discomfort food” pela revista Fast Company, a comida de Cantu tem como ingrediente principal o nitrogênio para transformar sólidos em líquidos, espumas ou geléias e brincar com texturas e percepções. O cardápio do restaurante é feito em um “papel” comestível (uma das idéias do chef para ajudar a eliminar a fome do mundo). Um ovo, com aparência de frito, está, na verdade, congelado. Está também em teste uma idéia de ketchup servido frito, cortado em fatias, com tapioca.

Tudo, dizem, com sabores incríveis e experiências únicas.

O terceiro movimento é o “opt out”, um novo estágio da comida orgânica. A idéia é que comprar comidas orgânicas já não é o suficiente. Até porque, pelo menos nos EUA, elas já entraram totalmente “no sistema”, sendo vendidas em grandes supermercados, como qualquer congelado ou enlatado.

A idéia aqui é mais radical: é o “opt out” (cair fora, numa tradução pessoal) das grandes lojas e sistemas. E trocá-los por pequenos mercados ou produtores locais. Nos anos 90, ouvi uma pessoa dizer que não comia nada que tivesse “rosto”, ou seja, nada de carnes, frangos ou peixes, nem derivados deles. Agora, é o contrário, os adeptos do movimento “opt out” querem comidas com rostos. Mas são os rostos de quem as produziu: pequenos produtores ou criadores locais.

Primeiro, porque querem saber de onde vem sua comida, como legumes, verduras e frutas foram cultivados, ou como frangos são criados, por exemplo. Comer bem virou uma questão de confiança pessoal. E, ainda por cima, tal movimento ajuda a incentivar a pequena economia local, de cada cidade ou região.

A história toda do movimento “opt out” foi capa da sisuda revista “Mother Jones”, que, em geral, trata de questões políticas ou sociais. Mais um sinal de que comida virou assunto seríssimo.

Em ritmo de Páscoa

Nesta Páscoa, não me aventurei muito pela cozinha. Na sexta-feira Santa, adaptei a receita de Escondidinho já mencionada neste blog. Fiz as massas à base de batata e de mandioca, exatamente iguais as integrantes da receita anterior, e completei com bacalhau. Ficou supremo!


Anotem as dicas para o preparo do Bacalhau:

Bacalhau para escondidinho

Um quilo a um quilo e meio de bacalhau sem pele e sem espinhos, dessalgado;

Cozinhe as postas do bacalhau em meio litro de leite, para hidratá-las e deixar a carne mais branquinha;

Escorra o leite e passe o bacalhau no processador, para desfiá-lo. Acrescente azeite a gosto, doure cebola e alho picadinhos (também a gosto) e refogue o bacalhau desfiado. Finalize com meio vidro de leite de coco, uma pitada de pimenta calabresa, azeite à vontade e salsinha e cebolinhas frescas à vontade.

Essa versão de bacalhau é bem versátil, pode rechear escondidinho, croquetes, pastéis ou mesmo - se adicionado a uma lata de creme de leite e salpicado com parmesão, levado ao forno para gratinar - vira uma versão de casquinha de bacalhau. Fica sensacional!

Ponto alto da Páscoa:

Fiz um pão de leite saborosíssimo e encerrei o domingão com pão quentinho, feito na hora, mergulhado no azeite com sal, como meu avô José Ribeiro tanto adorava.

A Páscoa é mesmo de reconforto à mesa... e toda saudade boa tem um sabor especial... dessa vez, foi pão com azeite.

Um grande beijo a todos e uma excelente semana!
Bon appétit!!!